As tias e tios eram famosos chefes de cultos afro-descendentes (ialorixás, babalorixás, babalaôs) e sempre promoviam encontros de dança, além dos rituais religiosos (candomblés). Com as reformas urbanísticas muitos deles foram para uma região da cidade conhecida como Cidade Nova, mas que o compositor Heitor dos Prazeres nomeou de “Pequena África”.
Diogo Nogueira, Martinho da Vila e Nelson Sargento - Pelo telefone
A Cidade Nova passava então a ter grande importância por reunir, na casa das tias, os pioneiros compositores do estilo e lá que o samba começa a dar seus primeiros passos, nas rodas promovidas por seus frequentadores. Um ritmo bem diferente do que conhecemos hoje, mas que começou a se formar em meio a festas do candomblé, ao ritmo lundu, pernadas de capoeira e a marcação do pandeiro.
Dudu Nobre - Vou botar teu nome na macumba/Posso até me apaixonar
Não apenas o samba era permitido na casa das tias. Os terreiros eram lugares livres onde tudo e todos sempre foram bem vindos. Seja por tocar sambas, lundus, polcas e batucadas, ou por receber negros, brancos, mestiços, pobres e ricos.
Velha Guarda da Portela, Monarco e Vanessa da Mata - Onde a dor não tem razão
Assim mais um capítulo na história do Brasil começa. O samba nasce, a contragosto de uma alienada elite, interessada na moda e na cultura européia. As favelas se erguem na cidade maravilhosa mostrando seu propósito de exclusão contra negros, mestiços e pobres brasileiros. Mesmo assim o intercâmbio cultural entre as classes sociais cariocas nunca foi perdido.
Seu Jorge - Tive razão
Por mais reprimida que fosse a cultura negra conseguiu encontrar muitos simpatizantes pelo caminho e se fortalecer. Simpatizantes como Heitor Villa-Lobos e Noel Rosa que, para um olhar mais preconceituoso, não faziam parte daquele mundo. Hoje vemos um ritmo em plena forma, nas suas mais variadas vertentes e com mais de 90 anos de gravação do primeiro samba.
Marcelo D2 - A maldição do samba
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Dia do Samba - Parte 2
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário