quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Dia do Samba - Parte 1

No Brasil do início do século XX a paisagem do Rio de Janeiro começou a mudar de maneira vertiginosa. Capital da recém proclamada República, o Rio via os cortiços se espalharem pela cidade e junto deles o aumento da população negra. Em grande parte sua transformação era impulsionada pela abolição da escravatura que levou muitos “ex-escravos” para a cidade.

Mart'nália e Caetano Veloso - Pé do meu samba


No início da década de 1890 já havia mais de meio milhão de habitantes na cidade, sendo que apenas a metade era natural da capital. O Rio atraía milhares de pessoas e se transformava em um epicentro político, social e cultural do país. Diante do grande crescimento demográfico, a elite carioca queria tornar a capital em um lugar mais civilizado.

Zeca Pagodinho - Quando a gira girou


O conceito de civilização, defendido pela elite carioca da época, tinha na verdade outras intenções. A de retirar do centro da cidade a parcela pobre e negra da população. É nesse momento histórico que nascem as favelas cariocas. A parcela humilde da sociedade se vê obrigada a subir os morros e construir seus barracos.

Ney Matogrosso e Moreira da Silva - Na subida do morro


A exclusão dos negros aconteceu não apenas no ponto habitacional, quando o governo os retirou da cidade, ela aconteceu em todos os aspectos. Escolas e fábricas também não os aceitaram, alegando que faziam isso para estarem compatíveis com as exigências do mercado urbano.


Exaltasamba e Racionais MC's - Favela


Foi essa exclusão que motivou ainda mais os negros a reforçarem sua cultura e sua forma de sociabilização, transmitidas pelas instituições religiosas afro-brasileiras. São nas festas ou reuniões familiares que eles se libertam do olhar preconceituoso da sociedade. A realização das festas acontecia, em sua maioria, na casa das
tias, ou tios (como eram conhecidos), espalhados pela cidade.

Nelson Sargento e Teresa Cristina - Agoniza mas não morre

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