terça-feira, 22 de abril de 2014

Caetaneando o que há de bom

Ouvindo vários álbuns antigos do Caê e percebendo quão atual ainda são. Não apenas o baiano, mas outros artistas como Chico Buarque, Nelson Cavaquinho, Erasmo Carlos, Gonzagão, Tom e Vinícius, Zé Ramalho, Jackson do Pandeiro, entre outros, que sempre primaram pela qualidade em seus trabalhos.

Caetano Veloso - Trem das Cores


A música trazia um valor social, político, cultural, moral... Havia, também o ruim. O mal gosto sempre existiu e existirá (lembrando que o que define como bom ou mal o gosto musical são os ouvidos de cada um). Mas mesmo o que me parecia ser o ruim de antes era bem melhor que o de hoje.



Nelson Cavaquinho - Quando Eu Me Chamar Saudade





Erotização, letras chicletes, canções bobas de amor, machismo, tudo isso não é novidade no repertório nacional. Mas antes, quando tudo era proibido e oprimido, as canções eram geniais. Exigiam a genialidade de nossos artistas. Talvez por isso havia tanta paixão e tesão a cada trabalho. Havia arte na música.




Caetano Veloso - Elegia




Hoje mal ouço as rádios. Me cansam, me esvaziam e trazem a sensação rala de que só há barulho. Os tempos atuais excluem das rádios a boa música. Nem a ditadura pensou nessa forma de censura e controle: emburrecer os ouvintes/cidadãos. Definitivamente, vivi noutros tempos. Numa época em que não precisava procurar muito nas rádios ou TV para se ouvir coisas boas e agradar ouvidos e alma.




Clementina de Jesus - Canto dos Escravos



É tão estranho e prazeroso ouvir Elis, Caetano, Djavan, Mutantes, Gil, Dolores Duran, Cartola, Clara Nunes, Clementina de Jesus, Jorge Ben Jor, Tim Maia... e me parecer tão próximo. Não (apenas) pela influência musical dos meus pais. Meu coração me diz que os curti noutros tempos, noutras praças. Acho que esse é um dos maiores motivos para acreditar na reencarnação.




Caetano Veloso e Djavan - Sina



 Fui contemporâneo deles, eu sinto. Não hoje, mas quando ainda eles eram nossas maiores e melhores referências musicais dentro e fora do Brasil. Num tempo onde "ficar babando", "Tchu tchá" e "tchê tcherere tchê tchê" jamais seriam nossos maiores sucessos.

Caetano Veloso - Trilhos Urbanos

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